Cannabis e saúde hormonal: por que o corpo da mulher responde diferente?

  • Redação
Atualizado: 30 julho, 2025 09:16
<p>Um dos principais fatores que diferenciam mulheres e homens no uso da cannabis medicinal é a forma como o sistema endocanabinoide (SEC) interage com os hormônios femininos.</p><p>Presente em todos os mamíferos, o sistema endocanabinoide desempenha diversas funções no corpo humano, como modulação da dor, regulação do humor, neuroproteção, ação anti-inflamatória e controle da ansiedade. Ele atua em conjunto com outros sistemas, como o nervoso, imunológico e endócrino, promovendo equilíbrio — ou, como explica a médica nutróloga Paula Vinha, “homeostase”.</p><p>"Não adianta ter os melhores músicos do mundo sem um bom maestro. Vai virar uma bagunça, sem ritmo, sem tom", compara Vinha, ao explicar a centralidade do SEC no corpo humano.</p><p>A fala foi registrada durante o episódio do Deusa Cast, podcast original do portal Sechat, que também contou com a presença da médica ginecologista e terapeuta canábica Mariana Prado.</p><p>Paula Vinha explica:&nbsp;</p><figure class="media"><oembed url="https://www.youtube.com/embed/ycR9SVFVjOg"></oembed></figure><p>&nbsp;</p><h2>Cannabis medicinal no tratamento de distúrbios femininos</h2><p><br>Segundo Mariana Prado, o sistema endocanabinoide participa da manutenção de diversos processos fisiológicos e está diretamente ligado a sintomas que acometem muitas mulheres ao longo da vida.</p><p>"Se a mulher tem endometriose, algum transtorno ansioso ou depressivo relacionado à menstruação ou à transição da menopausa, algo está afetando o equilíbrio do corpo. O tratamento com a cannabis permite modular esse sistema, oferecendo à paciente o que está em falta", explica a ginecologista.</p><p>Além da endometriose, o tratamento com canabinoides pode auxiliar em casos de câncer de mama, câncer de colo do útero, estresse e ansiedade, cólicas menstruais intensas, inflamações crônicas, transtornos de humor relacionados ao ciclo hormonal e outros.</p><p><strong>Assista a fala da Dra. Mariana Prado:&nbsp;</strong></p><figure class="media"><oembed url="https://www.youtube.com/embed/ROgXJHzVsjk"></oembed></figure><p>&nbsp;</p><h2>Estudos reforçam as diferenças biológicas no efeito da cannabis</h2><p>&nbsp;</p><p>Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP demonstrou que,<a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://sechat.com.br/noticia/canabidiol-age-diferente-em-machos-e-femeas-e-ciclo-hormonal-influencia-os-efeitos"> mesmo em modelos animais, os efeitos do canabidiol (CBD) variam de acordo com o sexo. </a>No caso das fêmeas, essas variações também são influenciadas pelas diferentes fases do ciclo reprodutivo.</p><p>Durante o estudo com roedores, foi observado que as fêmeas em fase de diestro apresentaram reações significativamente mais intensas ao estresse, se comparadas a machos ou a fêmeas em fase de proestro. Contudo, quando essas mesmas fêmeas em diestro receberam CBD, a resposta de pânico foi drasticamente reduzida. O mesmo não ocorreu com os demais grupos.</p>
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